segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Perdão para hoje

Hoje é um dia para você perdoar, por isso eu lhe pergunto: Você quer perdoar? Então decida, pois perdão é uma decisão. Decida perdoar ainda hoje, mas decida também eliminar toda e qualquer imagem que possam ilustrar ofensas e fatos passados. Se você diz que perdoou apenas porque aceitou o culpado, mas lembra a ele o seu erro sempre que ele erre, então, de fato, você ainda não perdoou. O perdão, como decisão pessoal para a vida toda não se esquece do fato que gerou a ofensa, mas tira dele a emoção sentida naquele momento, de modo que o perdão elimina o ocorrido como argumento a ser usado contra a pessoa a vida toda.

Quem decide permanecer convivendo com a pessoa que o ofendeu após tê-la perdoado não pode ressuscitar o tema da ofensa nunca mais, pois fazer isso é um ato de extrema perversidade psicológica e de insegurança emocional. Quem perdoou deve saber que o perdão sincero e profundo abre a possibilidade do outro errar de novo, mas sempre sabendo uma ofensa é uma ofensa. Quem perdoa aprende a lidar com cada uma e não com a soma das ofensas. No evangelho de Mateus 18.21, Jesus mandou perdoar até 70x7 (=490) o mesmo individuo em um só dia. Essa hipérbole é apenas para ilustrar que o perdoar deve se tornar algo equivalente ao ato de respirar, pois de fato, o perdão é como oxigênio para a alma. É ele que limpa o interior da alma, alonga a vida e a deixa mais leve.

O grande desafio do perdão é desistir da ofensa do outro como direito nosso contra ele. Por isso o perdão é um ato de fé e não de emoção, pois pela emoção ninguém perdoa ninguém. Somente pela fé é que antes de tudo olha para a própria condição e para o perdão que recebe de Deus todos os dias é que alguém pode aceitar e praticar o perdão como privilégio para a vida e para os relacionamentos. Para o perdão acontecer na sua vida, ele precisa se tornar um privilégio para você do contrário, você jamais sentirá o poder libertador e curador do perdão, ainda que você diga para todos que já perdoou. Somente quem diz de verdade “é meu privilégio perdoar”; é que de fato perdoa de modo perdoado mesmo. Mas enquanto perdoar é um fardo e uma obrigação, todo perdão será apenas sacrifício. Perdão é vida quando se torna privilégio em fé!



Pense nisso!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Qual o seu referencial de felicidade?



Basicamente todo ser humano possui um objeto através de qual referencia sua felicidade e satisfação pessoal. Uns se sentem muito alegres pelo simples fato de estar próximo aos familiares e das pessoas que ama, outros se sentem muito realizados ao constatar um equilíbrio nas finanças ou na saúde física, enfim, de um jeito ou de outro, o desejo essencial do ser humano por felicidade geralmente tem a ver com essas e outras coisas. Porém, não de hoje que venho constatando que o mundo está ficando cada vez mais triste, sombrio e mal assombrado. A maldade e a perversidade tem se multiplicado a tal ponto que faz muito filme de terror parecer conto de fadas perto da realidade que temos vivido. Agora mesmo, enquanto escrevo, uma página de noticias da internet estampa a seguinte nota: “Jovem de classe média é preso após esfaquear os pais no Rio”. Sem falar nessa geração de adolescentes e jovens que precocemente descobrem o sexo e se tornam professores na arte da transa, mas completamente incapazes de amar ou serem amados. Como explicar a onde de surtos que tem acometido milhares de pessoas em todo lugar, fazendo com que psicólogos e psiquiatras tenham dificuldade de compreender o que levou o sujeito a cometer o que cometeu (Freud explica a Freud não os outros!). Porque há tanta infelicidade no mundo? Porque, apesar do avanço tecnológico, apesar de haver mais facilidades, mais comida, mais recursos, ainda a grande maioria das pessoas são infelizes?


Paulo escrevendo aos filipenses disse: “Alegrai-vos sempre no Senhor, outras vez digo, alegrai-vos” (Fl 4.4). Essa alegria que Paulo fala é a alegria que não se referencia em nada desta vida, senão em Deus. Porque é fato que a única segurança imutável de segurança que temos em nós, não vem do cônjuge, não vem dos pais, não vem dos filhos, e muito menos da estabilidade financeira, nem da saúde, nem do emprego, mas vem de Deus. Se a alegria para você é fruto da sua saúde, aproveite esse engano porque inevitavelmente por melhor que você esteja hoje, você ainda gemera muito nessa vida. Se a alegria para você não passar do que voce tem, do que você construiu, não é praga não, mas apenas constatação: A vida vai triturar você! A nossa alegria não deve ser nem o deus prometido pela religião que promete o mundo de tranqüilidade e vitorias caso você faça todas as coisas que ele pede, geralmente dar muito dinheiro. A alegria no Senhor transcende a tudo isso. Alegria no Senhor é a capacidade de permanecer com esperança e certeza de fé mesmo diante de perdas, tragédias e surpresas nessa vida. É a capacidade de dizer: Se eu tenho eu tenho em Deus, se eu não tenho nada me falta porque o Senhor é o meu pastor, porque certamente bondade e misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida.



Pense nisto!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

“Se os meus pensamentos falassem...”

Ter bons pensamentos é a lei moral defendida pela maioria das pessoas nos dias de hoje. Independentemente se o individuo tem ou não uma religião definida, ou se pertence a um grupo esotérico de busca da energização interior, o fato é que todos procuram ter bons pensamentos em relação a vida. Na Bíblia, encontramos Paulo afirmando o que deve ocupar os nossos pensamentos. O conteúdo dos nossos pensamentos determina aquilo que somos e seremos. Eu jamais terei uma boa atitude se antes eu não desenvolver bons pensamentos. Mas ter bons pensamentos é muito mais do que pensar em coisas boas como paz, amor, verdade, é transcender a tudo isso; é introduzir em nosso processo mental aquilo que o Evangelho chama de justo, bom e verdadeiro. Significa procurar sentir o que o Evangelho nos permiti sentir em relação as pessoas, a vida e a Deus, significa alimentar a mente com as percepções e as interpretações da vida que o Evangelho nos apresenta como verdade e vida. Mas porque eu devo cultivar bons pensamentos segundo Deus? Por dois motivos. Primeiro, porque é a única vacina que me livra da paranóia adoecida de achar que Deus e a vida conspiram contra a minha felicidade e a minha alegria. Segundo, porque a maioria esmagadora das pessoas hoje está preocupada é apenas com a sua imagem, com a aparência, não com aquilo que pensa, com aquilo que povoa o tempo todo a sua mente. Muitos não estão preocupados com os olhares preconceituosos, as idéias fixas sobre as pessoas. Aí o sujeito diz para os outros: Eu nunca pulei a cerca, eu sou um homem fiel! Mas nos pensamentos dele ele é uma lebre, que pula todas as cercas possíveis. Mas por fora ele é um bom marido, um homem trabalhador de “responsa”, que cumpre bem o seu papel como advogado, empresário, médico ou religioso. Porém, se os pensamentos dele pudessem ser projetados em uma tela de cinema, é bem possível que até a mãe do individuo iria odiá-lo por isso.

O pensamento que garante a saúde mental e espiritual está em ocupar a mente daquilo que faz viver, daquilo que alimenta a esperança e o amor, somente daquilo que é simples, puro e verdadeiro. Porque na maioria das vezes a nossa mente é recheada de pura perversidade, malicia e crueldade psicológica. Porque isso não é privilégio apenas de assassinos e foras da lei; maior ou menor grau, todos carregamos essa semente da maldade em nós, inclusive em nossos pensamentos. Portanto, o convite para você hoje é parar e pensar no que pensa e se perguntar se você teria coragem de pensar o que pensa diante de Deus. Você teria coragem de colocar todos os seus pensamentos diante dAquele que sabe até o que pensamos? Como você ficaria diante dele? Que a sua resposta não te faça corar de vergonha...


Pense nisto!

Naquele, que discerne todos os nossos pensamentos e nos chama para pensar segundo os seus próprios.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Viver Ansioso



Não encontramos na Bíblia nenhuma proposta de um mundo paralelo ou de uma realidade alheia a única realidade possível para nós hoje que é nessa terra em que vivemos. Não encontro em Jesus, nos profetas e nem nos apóstolos uma promessa de que nessa vida viveríamos sabendo de tudo, de que seriamos antecipadamente informados quanto as tragédias nos acometessem ou que seriamos poupados da calamidade e da tribulação. Muito pelo contrário, Jesus acaba com essa fantasia surrealista de um mundo sem perturbação e percalços quando na sua vida terrena deixou sempre claro aos seus discípulos que nesse mundo haveríamos de passar por aflições, mas que era para termos bom ânimo porque ele venceu esse mundo. Por isso que no Evangelho de Mateus Jesus afirma aos seus discípulos que aquele que tem Deus como seu Senhor deve ter a coragem de encarar as incertezas da vida e do futuro. Ele está dizendo em outras palavras que aquele que tem Deus como Senhor de sua vida, aquele cuja espiritualidade é verdadeira e intima de Deus não deve ter uma vida ansiosa, porque a ansiedade é uma característica daqueles que não conhecem a Deus, dos gentios. Se a relação com Deus é saudável e profunda, a ansiedade e preocupação com relação ao futuro e com as necessidades materiais são absurdas e infundadas.

Ora, Jesus disse isso porque até então havia nos discípulos uma inquietação ansiosa e ele notou isso. Havia uma expectativa por parte dos discípulos de que Ele deveria ser o Messias político, libertador, que iria garantir “frango na panela” na casa de todos, independência dos estrangeiros etc., mas Jesus em várias ocasiões demonstrou o contrário disso, mas mesmo assim, muitos não entenderam, nem antes e nem depois da sua morte. A ansiedade nos leva sempre a dizer: E se? E se não der certo? E se não conseguirmos? E se fracassarmos? Essa é o tipo de pensamento ansioso. Mas a ansiedade é um engano. Porque a ansiedade me faz acreditar que as coisas dependem de mim e como eu sei que não tenho o poder do controle de todas as coisas e sei das minhas limitações, fico angustiado. A ansiedade nos faz pensar que nos precisamos tomar todas as precauções possíveis na vida para que nada nos aconteça de errado. E fatalmente as situações que não tenho o controle reflete a mih apropria impotência, daí a minha perturbação. Ela nos faz pensar que pela nossa preocupação vamos resolver problemas.

A própria vida de Jesus revela que quem quer viver em paz e sossego interior com relação ao futuro, precisa caminhar nessa terra como ele caminhou, precisa tratar a vida como ele tratou, pois caminhar com ele é sempre uma caminha em fé, e essa fé não está preocupada com os resultados, mas sim, com o cuidado de Deus. Se Deus está cuidando de mim, pode dar certo, pode dar errado, Ele está no controle de todas as coisas. Assim, quanto mais eu conheço esse Deus que me vê e me conhece, mais certo eu estou do seu caráter, do seu cuidado e das suas palavras. Sei que Ele age em favor daqueles que Nele esperam se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito (Jo 15.7). Hoje, você pode decidir descansar das suas pré-ocupações e deixar com que Deus cuide do amanhã pra você.



Pense nisto!



terça-feira, 1 de junho de 2010

Um Olhar Determina Tudo

Existe uma clara distinção entre o olhar que vê e o olhar que interpreta a vida. Não falo aqui daquele olhar que vê as coisas, cujo mecanismo é automático e passível de perder o foco, a nitidez e a objetividade com o passar do tempo, mas daquele que antecede a isso tudo. É um outro olhar que todo ser humano tem, mesmo quando fica cego. Esse é o olhar que determina quem você é e será ao longo da vida, é olhar que constrói a sua própria imagem em relação ao mundo, é o olhar que nos condiciona a sermos o que somos. Esse olhar que interpreta a vida é fruto do meu próprio ser, afinal, eu não vejo o mundo como ele é realmente, mas como eu sou. As cores, as matizes e as nuances do mundo a minha volta corresponde ao meu próprio olhar que interpreta e dá sentido a minha própria existência. Todas as disputas, conflitos, guerras, embates e divergência de opinião é resultado dessa interpretação do olhar em relação a vida. Todos temos uma maneira de olhar e interpretar a vida. A esposa possui um olhar diferente em relação as coisas, o marido não entende, quer impor a sua, daí surge a discussão.

A história do cego curado por Jesus no evangelho de Marcos, capitulo 8, serve bem para ilustrar a questão. Após receber nos olhos a própria saliva de Jesus, o homem passou a ver as coisas, porém, não sabia interpretá-las ainda, até que Jesus colocou novamente as mãos nos seus olhos e milagrosamente sua visão ficou clara e tudo distinguia de modo perfeito. Isso nos mostra que nós vemos é com o cérebro. Num primeiro momento, aquele cego teve sua visão restaurada completamente, porém, sua capacidade de interpretar a vida estava atrofiada, ele enxergava as pessoas como se fossem árvores. Ora, pessoas não são árvores, elas não andam. Portanto, o que precisou acontecer foi uma cura na maneira do individuo interpretar a vida. Por isso, muitas pessoas vivem em trevas e se perguntam por que o mundo é tão mal, tão cinza, tão triste. Tenho certeza que Jesus diria a essa pessoa que a escuridão não está no mundo. A escuridão está em mim. De modo que ninguém deve esperar a luz se acender no mundo para ajudar o seu próprio olhar. Não! o mundo não se iluminará a fim de te ajudar. Para que eu venha a olhar o mundo e a vida com luz, eu preciso é determinar que luz irá iluminar o meu ser durante toda a vida. Se é verdade que o fruto corresponde ao que foi semeado, é verdade também que para meu olhar ser um olhar de luz, preciso projetar a verdadeira “Luz” sobre o meu ser. Há quem tente iluminar o seu próprio ser com luz negra, porém, esse jamais sairá da profunda escuridão existencial. O que Jesus nos ensina é que o mundo pode ficar como ficar, mas, ainda assim, meu ser poderá ser pura luz apesar de tudo. Hoje, você precisa voltar a enxergar o mundo assim como as crianças, interpretar a vida com verdade e simplicidade. Daí Jesus dizer que o Reino de Deus às pertence, por que elas possuem a capacidade do olhar descomplicado, puro, humilde e totalmente dependente dos seus pais.



Pense nisto!

terça-feira, 25 de maio de 2010

O Fruto Corresponde Ao Que Foi Semeado

Nos últimos cinco anos da minha vida, tenho estado imerso quase que diariamente em problemas de e com pessoas. E o que tenho observado é que a maioria esmagadora delas sofrem da “síndrome da vida doce que ficou azeda” e aí ficam se perguntando porque a existência ficou tão insuportável e tão sem graça que muitos desenvolvem um desejo mórbido de se refugiarem na morte. Mas aí você começa a observar como o indivíduo trata a vida, como ele(a) se trata, os seus processos mentais desenvolvidos ao longo de uma vida inteira de muita carga de raiva, ódio e amargura, daí a resposta brota como lírios em campina verde. É por isso que o apóstolo Paulo afirmou: “Não vos enganeis: de Deus na se zomba; pois aquilo que o homem plantar, isso ele também colherá (Gálatas 6.7), ou seja, quem vive para plantar no solo da própria alma rancor, antipatia contra pessoas por quem nutre desafetos, cargas de ódio e ressentimento contra familiares ou velhos amigos, opiniões pré-concebidas, impressões fixas em relação aos outros e que criam um abismo intransponível entre as pessoas, quem vive assim está fazendo da própria vida um canteiro de espinhos, de modo que, ninguém,  que assim vive, deveria se perguntar por que está colhendo espinheiros e não uvas na vida. Ora, muitas pessoas não prestam atenção nas palavras que povoam a sua língua, não se importam com os sentimentos que carregam no coração, na maneira como se tratam, como se dão o direito de odiar e invejar inadvertidamente todos que cruzam o seu caminho, que se destacam mais do que elas, que por algum motivo elas têm a sensação de que os outros são mais felizes e mais prósperas, aí elas se resignam e se transformam em pessoas odiosas e malquerentes em relação a alegria dos outros, inclusive até dos próprios filhos já que eles não absorveram o “diabo” da mãe ou do pai e se tornam pessoas bem resolvidas, felizes e de bem com a vida, o que incomoda visceralmente os seus pais que invejam tamanha felicidade. É fato, a escuridão não está no mundo, mas em mim, daí Jesus dizer que os olhos são lâmpada do corpo, de modo que quem quer ser luz no mundo, precisa deixar de viver em densas trevas. Ora, o que pode “limpar” o nosso olhar nesse mundo senão o Evangelho? O Evangelho limpa o olhar...O Evangelho produz consciência... O Evangelho é Luz... Jesus é o Evangelho... Jesus é a Luz do meu olhar. Portanto, se você quer colher frutos de paz, de justiça, de amor, de alegria e vida, comece a semear isso na sua vida, na sua família, nas suas relações com as pessoas ainda hoje, aliás, a semente é uma só: Jesus Cristo. E não me refiro ao pacote doutrinário vendido pela religião, por qualquer uma que seja, mas ao Evangelho vivo e real que é uma Pessoa, que é o Caminho, que é a Verdade e que é a Vida. Nele, você pode ter a absoluta certeza de que se essa semente encontrar um solo fértil no seu coração, certamente você irá se agradar dos frutos que brotarão na sua existência. Duvida? Então experimente...


Naquele, que é a boa semente que o mundo rejeitou, não sabendo do seu incrível poder de transformar uma vida sem graça.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Texto Fora de Contexto Cria um Pretexto


As palavras possuem o poder de gerar vida quando bem usadas e escolhidas, como também de gerar morte, quando usadas com descuido e negligência. Elas criam amizade e estalecem vínculos entre as pessoas, comunicam sentimentos e determinam o futuro das relações. Porém, toda palavra está inserida dentro de um contexto e a ele está vinculada viceralmente, não se podendo, a partir disso, desconectá-la do contexto que lhe é próprio. Uma palavra fora do seu ambiente contextual é um perigo porque pode-se criar qualquer pretexto com ela, portanto, o contexto é a ancora de qualquer palavra em qualquer situação a fim de se evitar pretextos, que muitas vezes podem ser perversos e trágicos. A Bíblia é a mãe da maioria dos pretextos criados como resultado do uso de suas palavras sem observar seu devido contexto. Nela, pode-se extrair palavras e até mesmo sentenças inteiras a fim de serem usadas para declarar a guerra, a morte, o genocídio, o preconceito, a intolerância entre outros. Na verdade, esse é o tendão de Aquiles de muitos céticos críticos da Bíblia que extraem dela trechos polêmicos e circunstanciais, construindo, a partir disso, pretensas contradições e disparates bíblicos.
Sempre ouço algumas pessoas afirmando peremptoriamente: “Tudo posso naquele que me fortalece” baseado no versículo 13, do capítulo 4 da carta do apóstolo Paulo aos Filipenses. Quase sempre dita após uma oração onde se espera um milagre financeiro, a compra de uma casa ou um carro novo, a cura de uma doença grave, enfim. Na suposição de que essa seria uma declaração de poder para se fazer ou para se conquistar algo. Ora, esse é o grande fetiche religioso da maioria das pessoas. Poder determinar realidades e influenciar o curso da sua própria vida. Muitos que declaram isso a plenos pulmões creem piamente que Deus deve estar do lado delas, jogando ou torcendo pelo mesmo “time” que elas, e, portanto, se o próprio Deus está nesse “negócio”, posso todas as coisas nEsse que está do meu lado. Ora, como eu dizia, quando se retira um texto do seu contexto cria-se um pretexto para qualquer coisa. Quando Paulo fez essa afirmação de fé ele a fez depois de dizer dignamente que na sua vida com Deus enfrentou muitas situações contraditórias na vida. Aprendeu a conviver com a pobreza e com a fome, aprendeu a viver com gratidão na escassez e na fartura; experimentou a humilhação, como a honra. Todas essas experiências de vida forjaram nele uma hombridade madura e pacífica, gerando um contentamento permanente em toda e qualquer situação que enfrentava na sua vida. Essa maturidade o levou a dizer: “tudo posso naquele que me fortalece”. Ele reconheceu que em Deus ele recebeu o poder de saber viver em todas as situações da vida. Não se iludiu com a pretensão narcisista de muitos hoje que esperam receber um super poder para conquistar e fazer algo em beneficio próprio. O que Paulo entendeu e que você hoje precisa saber também, é que Deus não é domesticado pelos pretextos de quem acredita numa blindagem celestial só porque faz declarações usando palavras bíblicas. Não, Deus não se dobra diante de expectativas humanas e mesquinhas e que não tem nada a ver com a proposta do Evangelho. O que Ele promete é vida abundante e paz plena além de toda e qualquer compreensão humana, porque não advêm das circunstâncias e dos fatos corriqueiros da vida.


Pense nisto!


Naquele que nos chama para viver a vida de cabeça erguida em toda e qualquer circunstância na certeza de que posso viver em todas as situações, pois é Ele que me fortalece.